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O que é pedra na vesícula e como tratar? Saiba tudo sobre cálculo biliar!

por Guilherme Sauniti
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Quer saber mais sobre pedra na vesícula? Neste post, você encontrará tudo o que precisa saber sobre essa condição e as opções de tratamentos disponíveis. 

A pedra na vesícula, também conhecida como cálculo biliar, é uma ocorrência comum que envolve a formação de depósitos sólidos na vesícula biliar, um órgão  relacionado ao processo digestivo. Esses cálculos podem provocar sintomas incômodos e até dolorosos, sendo importante entender suas causas, os sinais a serem observados e as estratégias para tratar e prevenir essa condição.

O que é pedra na vesícula?

Pedra na vesícula, ou colelitíase, é a formação de pequenos depósitos sólidos na vesícula biliar, órgão localizado junto ao fígado. Essas pedras, também chamadas de cálculos biliares, podem variar em tamanho e composição, sendo compostos principalmente por colesterol ou bilirrubina. 

Ainda que muitas  pessoas possam não apresentar sintomas, em certos casos, as pedras podem obstruir o ducto de saída da bile da vesícula, resultando em dor abdominal intensa, conhecida como cólica biliar. A colelitíase é diagnosticada através de exames de imagem, como ultrassonografia abdominal. 

As causas relacionadas à formação dessas pedras levam em conta, fatores como dieta, genética e níveis de colesterol . Acaba havendo um acúmulo de bilirrubina ou colesterol na vesícula, que acaba deixando a bile com excesso dessas substâncias, que acabam cristalizando e formando cálculos.

Remover a vesícula biliar (colecistectomia), embora seja uma opção de resolver a situação, em casos assintomáticos, o acompanhamento médico regular pode ser recomendado. Sendo assim, a condição requer atenção médica para determinar o curso adequado de ação a ser tomada.

Quais são os sintomas de pedra na vesícula?

Os sintomas dessa condição, podem variar em intensidade e manifestação. Geralmente, essa condição é assintomática em muitos indivíduos, o que significa que eles podem ter pedras na vesícula sem sentir qualquer desconforto. 

No entanto, quando os cálculos biliares causam obstrução nos ductos biliares, podem surgir sintomas característicos.

Uma das manifestações mais comuns é a cólica biliar, uma dor abdominal intensa que geralmente ocorre na parte superior direita do abdômen ou logo abaixo das costelas. Essa dor pode irradiar para as costas ou para o ombro. Em geral, esta dor ocorre cerca de 30 minutos após a alimentação, principalmente quando rica em gorduras.

Além da dor, os pacientes podem experimentar náuseas, vômitos, inchaço abdominal e indigestão. Em alguns casos, os cálculos biliares podem levar a complicações mais sérias, como a inflamação da vesícula biliar (colecistite) ou a obstrução do ducto biliar (colangite e icterícia).

Nestas situações, a dor abdominal pode ser mais intensa e acompanhada de febre e icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos). É importante ressaltar que os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, e nem todos os indivíduos com pedras na vesícula apresentarão sintomas evidentes. 

Portanto, a presença de cálculos biliares só pode ser confirmada por um profissional de saúde através de exames de imagem, mesmo na ausência de sintomas perceptíveis.

Quais são as causas da formação de pedra na vesícula?

A formação das pedras na vesícula resulta de uma interação complexa de fatores que podem levar à cristalização dos componentes da bile, um fluido produzido pelo fígado para auxiliar na digestão de gorduras. 

Contudo, vários elementos contribuem para o desenvolvimento dessas pedras. Um fator significativo é a composição da bile. 

Quando a bile contém um excesso de colesterol, bilirrubina ou sais biliares, pode ocorrer a precipitação dessas substâncias, levando à formação de cristais que, com o tempo, podem se aglutinar e formar cálculos biliares.

A dieta também desempenha um papel importante. Consumir alimentos ricos em gorduras saturadas e colesterol pode aumentar a probabilidade de desenvolvimento do cálculo biliar.

A obesidade também é um fator de risco, pois está associada a desequilíbrios nos níveis de colesterol e bile. Questões genéticas e histórico familiar também podem influenciar a predisposição a cálculos biliares. 

Certas condições médicas, como cirrose, doenças hematológicas e diabetes, também podem aumentar o risco.

A perda de peso rápida e drástica também pode desencadear a formação de pedras na vesícula, pois pode levar à liberação excessiva de colesterol na bile, o que torna comum ocorrer pedras na vesícula de pacientes que foram submetidos a cirurgias bariátricas. Compreender todos esses fatores pode auxiliar na prevenção e no manejo dessa condição com mais segurança e tranquilidade.

Quais são os tipos de tratamento disponíveis para pedra na vesícula?

Existem diferentes abordagens de tratamento disponíveis para lidar com pedra na vesícula, dependendo dos sintomas e da gravidade da condição. 

A opção mais comum é a intervenção cirúrgica, conhecida como colecistectomia, na qual a vesícula biliar é removida. Esse procedimento pode ser realizado por via laparoscópica, minimizando o tempo de recuperação e o desconforto pós-operatório.

Fique tranquilo, a vesícula que foi retirada nesta cirurgia não faz falta ou altera o nosso organismo. Ele se adapta após um curto período e os processos de digestão voltam ao normal.

Fora isso, há tratamentos muito pouco utilizados, como dissolver os cálculos ou ondas de choque (litotripsia) para quebrar os cálculos. Porém, o uso é muito restrito e raro.

A escolha do tratamento dependerá da avaliação médica individual, levando em consideração fatores como a presença de sintomas, o tamanho e a composição das pedras, bem como a saúde geral do paciente. 

É importante, em vista disso, consultar um profissional de saúde para determinar a melhor abordagem para cada caso específico de pedra na vesícula.

Como prevenir a formação de pedra na vesícula?

Prevenir a formação do cálculo biliar requer a adoção de medidas que contribuam para a saúde da vesícula biliar e a composição adequada da bile. Uma das estratégias é manter um peso saudável, uma vez que o excesso de peso está associado a um risco maior de desenvolver cálculos biliares.

Dessa forma, manter uma dieta equilibrada, rica em fibras, grãos integrais, frutas e vegetais, é fundamental para prevenir a formação de pedras. Controlar também a ingestão de gorduras saturadas e colesterol é muito importante.

Optar por fontes saudáveis de gordura, como as encontradas em peixes, nozes e azeite de oliva, pode ajudar a manter a composição da bile em equilíbrio. Evite dietas muito restritivas ou perdas de peso extremamente rápidas, uma vez que isso pode desencadear a liberação excessiva de colesterol na bile.

A hidratação adequada é outra atitude que desempenha um papel relevante na prevenção. Beber água regularmente ajuda a manter a bile em um estado mais líquido, minimizando o risco de formação de cristais.

A prática regular de atividade física é um fator benéfico, visto que auxilia na regulação do peso e no funcionamento do sistema digestivo, contribuindo para a saúde da vesícula biliar.

Todas essas medidas citadas não apenas promovem a saúde da vesícula, mas também contribuem para o bem-estar geral do organismo. E, além disso, consultar um profissional de saúde para orientações específicas é sempre recomendado.

Portanto, o cálculo biliar, ou pedra na vesícula, é uma condição que demanda atenção devido à sua capacidade de causar desconforto e complicações. A prevenção por meio de medidas práticas é fundamental para reduzir o risco de formação de pedras. 

Caso sintomas como dores abdominais intensas surjam, é essencial buscar orientação médica para um diagnóstico preciso e avaliação das opções de tratamento, visando garantir o bem-estar e a qualidade de vida do paciente afetado por essa condição.

Imagem de Freepik

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Doutor em Gastroenterologia pela FM-USP.
Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo (HCFMUSP), Endoscopia Digestiva (SOBED) e Gastroenterologia (FBG).
Professor do curso de Medicina da Fundação Educacional do Município de Assis - FEMA.
Médico da clínica Gastrosaúde de Marília.


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