Se você está buscando informações detalhadas sobre a hipertensão portal ou deseja saber como essa condição afeta a saúde, acompanhe este artigo do EndoBlog.
Hipertensão portal: o que é?
A hipertensão portal é uma síndrome que se caracteriza pelo aumento da pressão sanguínea na região do sistema porta, que é responsável por transportar o sangue do trato gastrointestinal para o fígado.
Essa condição está intimamente ligada a disfunções hepáticas e a alterações nos vasos sanguíneos que compõem o sistema porta.
Podemos entender a hipertensão portal por meio de uma analogia com os princípios da lei de Ohm, relacionando pressão, fluxo sanguíneo e resistência.
Nesse contexto, os principais fatores que determinam a pressão no sistema portal são o fluxo sanguíneo e a resistência encontrada nos vasos que compõem esse sistema.
Causas
A hipertensão portal é uma condição complexa que pode surgir de várias causas, sendo a cirrose hepática a mais comum nos países ocidentais.
A cirrose hepática, por sua vez, pode ter origem nas hepatites virais B e C, consumo crônico de álcool ao longo da vida e esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado). A cirrose cria um aumento na resistência ao fluxo sanguíneo no fígado, contribuindo para a hipertensão portal.
Além da cirrose, existem outras causas para a hipertensão portal, tais como:
- Doença hepática policística, que envolve o crescimento anormal de cistos no fígado;
- Esquistossomose;
- Fibrose hepática congênita, uma condição de formação anormal do fígado desde o nascimento;
- Insuficiência cardíaca direita;
- Síndrome de Budd-Chiari, uma doença que envolve a obstrução das veias hepáticas;
- Trombose nas veias do fígado e baço.
Sintomas
Os sintomas da hipertensão portal podem variar e, em muitos casos, eles podem não ser imediatamente aparentes. No entanto, indivíduos que possuem uma condição hepática que aumenta o risco de cirrose estão mais suscetíveis a desenvolver hipertensão portal.
Quando ela se manifesta com sintomas visíveis, é possível causar:
- Ascite (acúmulo de fluído no abdômen);
- Edema nos membros inferiores (inchaço nas pernas e pés);
- Hematêmese (vômito de sangue);
- Melena, que são fezes escuras devido ao sangramento gastrointestinal;
- Varizes esofágicas, que são veias dilatadas no esôfago.
É importante estar ciente desses sintomas e buscar atendimento médico se você ou alguém que você conhece apresentar sinais de hipertensão portal.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da hipertensão portal envolve várias abordagens, começando pela avaliação médica detalhada. O médico vai examinar o histórico do paciente, prestando atenção a qualquer doença hepática pré-existente, e também vai observar sinais físicos, como inchaço abdominal e veias dilatadas.
A endoscopia digestiva alta deve ser sempre realizada para investigação de variz de esôfago ou estômago.
Exames laboratoriais desempenham um papel essencial no diagnóstico, e eles podem incluir um hemograma completo, coagulograma, análise de creatinina, bilirrubinas, eletrólitos, além das enzimas hepáticas AST e ALT.
Para pacientes com cirrose hepática avançada, a elastografia hepática é uma ferramenta útil para identificar a presença de hipertensão portal clinicamente significativa, e os resultados são interpretados juntamente com a contagem de plaquetas no sangue.
Além disso, exames de imagem, como ressonância magnética, ultrassonografia doppler e tomografia computadorizada, podem ser solicitados para examinar a presença de vários indicadores, como aumento do baço (esplenomegalia), circulação colateral, alterações na morfologia do fígado, acúmulo de líquido no abdômen (ascite) e modificações no fluxo sanguíneo no sistema portal.
Possíveis tratamentos
O tratamento da hipertensão portal é focado na prevenção de danos adicionais ao fígado e no manejo de complicações, como sangramentos de vasos sanguíneos rompidos.
O médico pode prescrever medicamentos para prevenir a ruptura dos vasos sanguíneos, embora seja importante notar que eles podem causar vários efeitos colaterais e nem todas as pessoas toleram seu uso.
Quando ocorre o sangramento de vasos, a ligadura elástica das varizes no esôfago através de endoscopia é frequentemente a escolha de tratamento para interromper o sangramento e prevenir futuros episódios. Esse procedimento também é utilizado como medida preventiva para evitar rupturas vasculares e hemorragias.
Em situações em que o sangramento não está relacionado a varizes no esôfago e sim no estômago, o tratamento endoscópico pode envolver a injeção de uma cola biológica diretamente nos vasos afetados no estômago.
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Residência em Endoscopia Digestiva no Hospital das Clínicas da USP (HCFMUSP)
Residência em Gastroenterologia no Hospital Universitário da UFSC
Presidente da SOBED / SC na gestão 2018-2020
Médico da clínica Endogastro em Florianópolis e ProGastro em Joinville