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Enjoo frequente: Descubra as possíveis causas e soluções para esse incômodo

por Guilherme Sauniti
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O enjoo é uma sensação desconfortável que muitas pessoas experimentam ocasionalmente, mas quando se torna frequente, pode ser um sinal de algo mais sério. 

Esse sintoma pode interferir significativamente na qualidade de vida, afetando a rotina e o bem-estar. Você já sentiu enjoo frequentemente? Neste artigo, exploraremos as potenciais razões por trás desse incômodo e forneceremos algumas sugestões para alívio.

O que é o enjoo frequente?

O enjoo frequente é uma condição caracterizada por uma sensação persistente de mal-estar no estômago, que pode ser acompanhada por náuseas e, em alguns casos, vômitos. 

Esse sintoma, que pode se manifestar com diferentes intensidades, pode variar de um desconforto leve e passageiro a um mal-estar intenso que interfere significativamente nas atividades diárias e no bem-estar geral.

A experiência do enjoo pode ser descrita como uma sensação de que o estômago está embrulhado ou agitado, podendo provocar uma sensação constante de que algo está errado no sistema digestivo. 

Em muitos casos, essa sensação é acompanhada por uma aversão a alimentos ou odores específicos, que podem piorar a sensação de náusea. 

Além disso, o enjoo pode ser desencadeado ou agravado por diversos fatores, incluindo estresse, movimento (como em viagens) e alterações na dieta.

Quando o enjoo ocorre com frequência, não se trata apenas de um desconforto passageiro, mas sim de um problema recorrente que pode afetar a qualidade de vida de forma significativa. 

Para algumas pessoas, isso significa uma limitação nas atividades cotidianas, dificuldade para comer e até impactos negativos no estado emocional e psicológico, como ansiedade e depressão.

O enjoo pode ter diferentes origens, e sua manifestação pode ser um sintoma de uma variedade de condições subjacentes. 

Por isso, é importante não apenas reconhecer a presença do enjoo, mas também entender seu padrão e intensidade, a fim de buscar um diagnóstico e tratamento apropriados. 

Possíveis causas do enjoo frequente

O enjoo que ocorre com frequência pode ser um sintoma desconcertante e debilitante, e suas causas podem variar amplamente. Abaixo, exploramos algumas das causas mais comuns para esse desconforto:

Gastrite: inflamação da mucosa do estômago, que pode ser causada por Helicoacter pylori,, uso excessivo de medicamentos anti-inflamatórios ou consumo de álcool. A gastrite pode levar a sensações persistentes de enjoo, desconforto abdominal e dor.

– Refluxo gastroesofágico: o refluxo ocorre quando o ácido estomacal sobe para o esôfago, causando irritação e inflamação. Isso pode resultar em enjoo frequente, além de queimação e dor no peito.

– Úlceras pépticas: feridas abertas na mucosa do estômago ou do duodeno, geralmente causadas por infecções bacterianas ou uso prolongado de medicamentos anti-inflamatórios. As úlceras podem causar enjoo, dor abdominal e desconforto ao comer.

– Distúrbios vestibulares: o sistema vestibular é responsável pelo equilíbrio e coordenação. Problemas nesse sistema podem causar enjoo devido à sensação de desequilíbrio ou vertigem. Também causam os enjoos durante viagens ou mudancas de posição (por exemplo brinuqedo como , montanhas russas …)

Estresse e ansiedade: o estresse e a ansiedade podem alterar a função digestiva e provocar reações no sistema nervoso, resultando em náuseas e desconforto estomacal. A ansiedade, por exemplo, pode levar a uma produção excessiva de ácido no estômago ou a uma maior sensibilidade a estímulos digestivos.

– Efeitos colaterais de medicamentos: muitos medicamentos têm efeitos colaterais que incluem náuseas e enjoo. 

-Gestação: A produção de hormônios no inicio da gestação e uma causa importante de enjoo, experimentado pea maioria das gestantes.

Diagnóstico e tratamento do enjoo frequente

Para diagnosticar a causa do enjoo contumaz, é essencial consultar um profissional de saúde. 

O diagnóstico começa  geralmente com um exame físico detalhado e pode incluir exames laboratoriais para identificar problemas digestivos ou infecciosos. E descratar uma possivel gravidez.

Exames de imagem, como ultrassonografias ou endoscopias, são usados para visualizar alterações no sistema digestivo que podem estar causando o enjoo.

O médico irá revisar o histórico clínico do paciente, incluindo a frequência e intensidade dos sintomas, além de possíveis gatilhos. 

Essa abordagem ajuda a entender melhor a origem do problema e a direcionar o tratamento adequado.

O tratamento depende da causa identificada. Em muitos casos, mudanças na dieta, como evitar alimentos irritantes e comer porções menores com mais frequência, podem aliviar o enjoo.

Medicações podem ser necessárias para tratar condições subjacentes ou controlar os sintomas diretamente. 

Para enjoo relacionado ao estresse ou ansiedade, terapias como a terapia cognitivo-comportamental podem ser eficazes. 

Ajustar hábitos e buscar orientação médica são passos fundamentais para encontrar alívio e melhorar o bem-estar geral.

Prevenção do enjoo frequente

Prevenir o enjoo frequente pode ser alcançado com algumas mudanças simples e eficazes no estilo de vida e na dieta. 

Primeiramente, manter uma alimentação balanceada é essencial. Evitar alimentos gordurosos, picantes e bebidas alcoólicas pode ajudar a reduzir a irritação no estômago e minimizar a sensação de enjoo. 

Optar por refeições leves e nutritivas, ricas em frutas, vegetais e grãos integrais, pode contribuir significativamente para a saúde digestiva.

Fora isso, a hidratação adequada desempenha um papel crucial na prevenção do enjoo. Beber bastante água ao longo do dia ajuda a regular o sistema digestivo e evita desidratação, que pode agravar a sensação de náusea. 

Manter-se bem hidratado é uma prática simples, mas fundamental para a saúde geral.

Outro aspecto importante é o gerenciamento do estresse. O estresse e a ansiedade podem desencadear ou intensificar os episódios de enjoo. 

Práticas de relaxamento, como meditação, respiração profunda e exercícios físicos regulares, podem ser muito benéficas. 

Incorporar essas técnicas na rotina diária ajuda a reduzir a frequência dos sintomas e promove um equilíbrio emocional que pode impactar positivamente na saúde digestiva.

Essas medidas, quando adotadas de forma consistente, podem ajudar a prevenir o enjoo que ocorre com frequência e melhorar o bem-estar geral.

Quando procurar ajuda médica para o enjoo frequente

Se o enjoo persistir apesar das mudanças no estilo de vida e ajustes na dieta, é fundamental buscar ajuda médica. 

A persistência dos sintomas pode ser um sinal de que a causa subjacente não foi identificada ou tratada adequadamente. 

A presença de outros sintomas graves pode indicar condições mais sérias que requerem uma avaliação mais aprofundada.

Se o enjoo for acompanhado por dor abdominal intensa, isso pode sugerir problemas mais graves, como úlceras, infecções ou até mesmo condições inflamatórias severas, que precisam de atenção médica imediata. 

A dor abdominal intensa e persistente é um sinal de alerta que não deve ser ignorado.

A perda de peso inexplicada também é um sinal preocupante. Quando acompanhada de enjoo, pode indicar problemas digestivos crônicos ou doenças metabólicas que estão afetando a capacidade do corpo de absorver nutrientes adequadamente. 

Vômitos persistentes são outro motivo importante para buscar ajuda médica. Se o enjoo evoluir para vômitos frequentes e contínuos, pode levar à desidratação e à desnutrição, além de indicar possíveis problemas mais graves no sistema digestivo ou em outros sistemas do corpo.

O enjoo frequente pode ser um desafio, mas com uma compreensão clara das possíveis causas e abordagens para tratamento, é possível encontrar alívio e melhorar a qualidade de vida.

Não hesite em procurar ajuda médica para garantir que você receba o cuidado necessário para sua condição.

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Doutor em Gastroenterologia pela FM-USP.
Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo (HCFMUSP), Endoscopia Digestiva (SOBED) e Gastroenterologia (FBG).
Professor do curso de Medicina da Fundação Educacional do Município de Assis - FEMA.
Médico da clínica Gastrosaúde de Marília.


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