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Divertículos intestinais: causas, sintomas e tratamentos

por Felipe Paludo Salles
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Quando se formam, nas fibras musculares das paredes do intestino grosso, pequenas bolsas ou herniações na musoca intestinal, a medicina denomina como divertículos, existindo um quadro de diverticulose.

Porém, a partir daí, pode surgir a diverticulite, caso essas pequenas bolsas venham a ficar inflamadas.

Esse quadro requer atenção e uma série de cuidados para que o paciente seja tratado e a condição seja solucionada a fim de evitar complicações.

Mas, como funciona essa doença e como pode ser feito o tratamento?

Confira, abaixo, as principais informações sobre a diverticulite, sintomas e prevenção, e entenda as possibilidades de tratamento.

Diverticulite e diverticulose: o que são?

A presença de divertículos intestinais, por si só, caracteriza a diverticulose, como visto acima.

Nesse momento, ainda não existe o quadro inflamatório e estima-se que um terço das pessoas com mais de 50 anos e dois terços com mais de 80 têm diverticulose, geralmente assintomáticas.

Porém, caso o paciente apresente dor ou desconforto abdominal, prisão de ventre ou alterações no hábito intestinal, pode ser que haja complicações da doença diverticular.

Por outro lado, a diverticulite é caracterizada não só pela presença de divertículos intestinais, mas também pela inflamação deles.

Sintomas da diverticulite

Muitas vezes a diverticulite é assintomática, isto é, o paciente possui a doença, mas não sente nenhum sintoma.

Porém, em outras ocasiões ela pode causar vários sintomas, como:

  • Cãibras ou dor no lado inferior esquerdo do abdome;
  • Diarreia e constipação;
  • Febre;
  • Calafrios;
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Sangue nas fezes;
  • Gases;
  • Sensibilidade abdominal;
  • Fístulas;
  • Ausência de apetite;
  • Dificuldade para urinar.

Porém, esses sintomas só costumam aparecer nos casos de maior gravidade.

O que causa a diverticulite?

Embora não haja consenso médico do que realmente causa a diverticulite, é possível que seu início aconteça quando bactérias ou fezes são retidas nos divertículos, causando um processo inflamatório local.

Acredita-se que a principal causa possa ser a baixa ingestão de fibras, pois favorece o quadro de constipação, forçando mais os músculos para evacuar.

Esse esforço extra faz com que os pontos fracos no cólon inchem e se tornem divertículos.

Outros fatores que podem contribuir para o quadro inflamatório são: 

  • Tabagismo;
  • Obesidade;
  • Sedentarismo;
  • Perda da elasticidade dos músculos do intestino, o que acontece naturalmente com o envelhecimento;
  • Elevação da pressão no cólon;
  • Fatores genéticos.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico de diverticulose pode ser obtido com colonoscopia ou tomografia de abdome.  O tratamento da diverticulose geralmente está ligado ao aumento do consumo de fibras, ou seja, cereais integrais, frutas, legumes e verduras.

Já a diverticulite pode ser diagnosticada por meio de tomografia de abdome e exames de sangue, além de exame clínico e a análise do histórico do paciente.

Tratamento de casos leves

O tratamento depende da gravidade de cada caso. Nos casos considerados leves, o tratamento pode envolver uma dieta leve e líquida, bem como o uso de medicamentos como antibióticos e analgésicos.

Quando essa for a gravidade do quadro, 80% dos pacientes conseguem a cura em cerca de 72 horas.

Dependendo da situação pode ser necessária a hospitalização e a hidratação por via intravenosa.

Tratamento em casos graves

Em crises graves e frequentes, a cirurgia pode ser recomendada. Geralmente realiza-se a remoção da área infectada do cólon, na qual estão os divertículos intestinais, e a costura das extremidades remanescentes do cólon.

Inclusive, quando a diverticulite é aguda e os episódios de reincidência são frequentes, o médico pode programar cirurgias de retirada de acordo com a conveniência e com as condições clínicas de cada paciente.

Além disso, como forma de evitar a cirurgia nos casos que existirem abscessos, pode ser indicada a realização de drenagem dos abscessos maiores e que não tiverem sumido após utilização de antibióticos.

Esse procedimento, atualmente, já pode ser feito por meios menos invasivos, com o uso de uma agulha guiada por ultrassonografia endoscópica ou por tomografia computadorizada. Porém, se esse procedimento não resolver o problema, a cirurgia é a opção.

Ainda, em casos de ruptura intestinal, deve ser feita uma cirurgia de emergência.

Ou seja, o procedimento mais adequado sempre vai depender das condições de gravidade e dos sintomas que o paciente apresentar, bem como da resposta que o organismo tiver às tentativas de tratamentos.

Como prevenir diverticulite e diverticulose?

Para prevenir uma doença relacionada aos divertículos intestinais, seja diverticulite ou diverticulose, alguns pontos são importantes, como:

  • Adotar uma alimentação saudável e rica em fibras;
  • Praticar exercícios físicos para acelerar o metabolismo e o trânsito intestinal;
  • Ingerir muita água;
  • Observar alterações no padrão intestinal;
  • Observar se alguns alimentos estão causando dor abdominal.
  • Não utilizar laxantes sem orientação médica com intenção de solucionar crises de obstipação do intestino;

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Residência em Endoscopia Digestiva no Hospital das Clínicas da USP (HCFMUSP)
Residência em Gastroenterologia no Hospital Universitário da UFSC
Presidente da SOBED / SC na gestão 2018-2020
Médico da clínica Endogastro em Florianópolis e ProGastro em Joinville


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