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Dilatação de Esôfago

por Felipe Paludo Salles
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  1. Diagnóstico
  2. Tratamento e processo
  3. Estenoplastia
  4. Complicações

O esôfago é um tubo longo e estreito que transporta comida e líquidos da boca para o estômago.

Dilatação do esôfago é a técnica utilizada para esticar uma parte bloqueada ou estreitada do esôfago. Este procedimento é usado quando uma parte do esôfago tornou-se tão estreita que se torna difícil, ou mesmo impossível e doloroso para engolir.

A dilatação torna a passagem dos alimentos e da água para dentro do estômago mais fácil. Esta é geralmente uma forma simples de tratamento porém se não for bem sucedida, uma cirurgia pode ser necessária. A cirurgia é uma forma muito mais extensa de tratamento, com um tempo de recuperação mais longo.

Algumas das causas mais comuns de obstrução ou estreitamento do esôfago são:

  • Inflamação da parte inferior do esôfago. Isto acontece geralmente pela exposição constante da parte inferior do esôfago ao ácido que retorna a partir do estômago. Com o tempo, isso causa cicatrizes e estreitamento do esôfago inferior.
  • Anel Schatzki é um fino anel benigno (não-cancerosos) de tecido fibroso que contrai o esôfago inferior. A razão para isto não é bem conhecida.
  • Acalasia é uma alteração da inervação da parte final do esôfago e do esfíncter esofágico inferior. O esfíncter esofágico inferior é um músculo entre o esôfago e o estômago que relaxa para permitir que o alimento passe para dentro do estômago. Depois de deixar o alimento passar, este contrai para manter a comida no estômago. Esta alteração da inervação pode ser congênita (presente desde o nascimento) ou adquirida pela Doença de Chagas. Isto pode causar contrações irregulares da parte inferior do músculo esofágico fazendo com que o esfíncter não se abra e assim não permitindo que alimentos e líquidos passem. O resultado é um bloqueio persistente da passagem do conteúdo esofágico para o interior do estômago.
  • Estenoses podem acontecer pela ingestão de substâncias que danificam o esôfago. Alguns exemplos são os ácidos ou bases, tais como soda cáustica.
  • Tumores, sejam benignos (não cancerosos) e malignos (cancerosos) também podem bloquear o esôfago.

Diagnóstico

O seu médico, muitas vezes desconfia deste problema através da história clínica. Ele pode provar sua suspeita usando raios-X e principalmente a endoscopia.

Tratamento e Processo

Estenose do esôfago é geralmente um problema mecânico, que pode ser tratada com o alongamento (dilatação). Isto pode ser feito de diferentes maneiras.

Dilatadores flexíveis: uma série de sondas graduadas (espessura crescente) chamadas de sondas termoplásticas podem ser usadas. Estes são tubos que passam através do esófago para o estômago. Os tubos utilizados tornam-se progressivamente maior, até que o tamanho desejado seja atingido

Balões dilatadores: a dilatação do esôfago pode ser feita usando balões durante a endoscopia. A endoscopia flexível permite ao examinador visualizar diretamente a estenose. Um balão é introduzido pelo canal do aparelho até a zona de estreitamento. Ele é então insuflado com água até uma certa pressão, que é pré-ajustada para uma dada circunferência. Quando insuflado, torna-se em forma de salsicha, esticado, e faz com que a estenose se abra.

Tratamento da Acalasia

A Acalasia requer um tipo de balão específico, mais longo e maior, chamado de balão pneumático. Nesta situação, as fibras musculares espásticas na parte inferior do esôfago são esticadas.

Em alguns casos de acalásia pode-se tentar o tratamento com injeção de toxina botulínica (botox).

No casos de acalásia que não melhoram com dilatações por endoscopia o tratamento cirúrgico é indicado através do procedimento chamado de miotomia.

Estenoplastia

Em algumas ocasiões, o estreitamento (estenose) é tão grande que nem os instrumentos de dilatação conseguem passar. Nestes casos e em algumas outras situações, realiza-se o procedimento de estenoplastia. Este consiste na realização de pequenos cortes na região da estenose com auxílio de um estilete que é passado pelo canal de trabalho do endoscópio. Estes pequenos cortes ajudam abrir o estreitamento facilitando a passagem dos dilatadores e acelerando o processo do tratamento. Em alguns casos após a realização dos pequenos cortes algumas substâncias, como corticóides, são injetadas na região para prevenir que o estreitamento feche novamente com facilidade.

Complicações

A dilatação do esôfago geralmente é realizada de forma eficaz e sem problemas. Algumas complicações que podem ocorrer são:

Uma pequena quantidade de sangramento quase sempre acontece quando a dilatação é realizada. Se este sangramento for excessivo pode exigir um tratamento mais agressivo.

Outra complicação é a perfuração (buraco na parede do órgão). Se isso acontecer, uma operação pode ser necessária para reparar o problema.

Raramente uma pequena perfuração pode levar a infecção, que pode ficar apenas no local ou até mesmo se espalhar para os órgãos vizinhos.

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Residência em Endoscopia Digestiva no Hospital das Clínicas da USP (HCFMUSP)
Residência em Gastroenterologia no Hospital Universitário da UFSC
Presidente da SOBED / SC na gestão 2018-2020
Médico da clínica Endogastro em Florianópolis e ProGastro em Joinville


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