Você sabe o que significa o termo disfagia? Já ouviu falar essa palavra em algum lugar antes? Se você nunca ouviu uma menção sequer dela, sendo um verdadeiro marinheiro de primeira viagem, sem saber nada a respeito disso, deixe a gente te contar o que ela quer dizer.
A disfagia é simplesmente uma dificuldade para engolir, deglutir ou ingerir líquidos ou alimentos sólidos, isto é, levar o bolo alimentar da garganta até o estômago, podendo acontecer com qualquer pessoa, em qualquer idade e em qualquer momento da vida.
Mas, quais são as causas e os efeitos que a disfagia provoca em nosso organismo?
Vamos, então, conhecer cada uma.
Dificuldade para engolir: Conheça as principais causas
Falar sobre principais causas quando nos referimos a algum sintoma, na maioria das vezes é um pouco complexo e chega até ser meio estranho; pois, o corpo humano é sempre um mistério e cada organismo se comporta de uma maneira.
Porém, e quanto a disfagia?
Mas, no caso da disfagia, dificuldade para engolir, sabemos basicamente que é uma alteração que pode ser causada por lesões estruturais ou funcionais da região do esôfago. O esôfago é um tubo que leva o alimento até o estômago, tanto líquidos quanto sólidos.
Para melhor compreensão dividimos essas causas em três níveis: simples, importantes e graves.
Causas simples
No primeiro momento, referindo-se a causas “simples”, podem não se tratar de alguma doença que traga preocupações, mas, apenas por um hábito que é um vilão não só para a saúde da nossa garganta, mas dos dentes e da boca de modo geral.
Falo de uma alimentação incorreta, causada por:
- Uma mastigação rápida e inadequada;
- Tentativa de engolir alimentos muito grandes;
- Alimentos muito quentes;
- Tentar engolir falando ou rindo;
- Um dos piores, tentar comer estando quase que deitado.
Muitos pensam que isso é uma grande bobagem, não influenciando em nada, mas se isso não fosse tão sério e afetasse diretamente nossa saúde, será que outros profissionais da área da saúde, além de gastroenterologistas e dentistas, também passariam as mesmas orientações?
É claro que não!
Essas orientações, sempre insistidas por nossos pais desde a infância, que nos acompanham ao longo da vida, fazem muita diferença.
Isso porque tais maus hábitos podem provocar a evolução dos sintomas, como a disfagia funcional ou motora, que são desordens musculares ou neurológicas dos órgãos que fazem parte do processo de deglutição, ou seja, doenças dos músculos do esôfago e dos nervos fazem o esôfago funcionar, cientificamente falando.
Viu só, como um simples detalhe, como se alimentar calma e tranquilamente pode ter um efeito positivo e preventivo para nós?
Se você não seguiu esses passos, através dos puxões de orelhas dos pais até hoje, não deixe de segui-los a partir de agora, ok?
Causas importantes
Nesse segundo momento, vamos agora, conhecer algumas causas “importantes”, que requerem um pouco mais de atenção e que também podem estar associadas à dificuldade para engolir, como:
- Acalasia: é um raro distúrbio que dificulta a entrada de líquidos no estômago que, além da dificuldade para engolir, que é característica típica, também conta com a presença da indesejável azia;
- Engasgo: Trata-se de uma momentânea paralisia respiratória causada por um bloqueio na traqueia, contando com cianoses e as tosses; e
- Refluxo gastroesofágico: é o retorno do ácido do estômago, à parte inicial da traqueia, desencadeando uma irritação da mucosa, também contando com sintomas como: boca amarga e tosse após as refeições.
Viu o quanto a falta dos cuidados básicos podem, a médio e longo prazo, desencadear a evolução para desconfortos ainda maiores?
Fique atento!
Causas graves
E em terceiro lugar, sobre as causas “graves”, algumas são originadas por problemas um pouco mais severos, podendo ser, inclusive, permanentes, conforme descrito logo abaixo:
- Acidente vascular cerebral (AVC);
- Doença de Huntington;
- Doença de Parkinson;
- Esclerose múltipla;
- Mal de alzheimer;
- Paralisia cerebral;
- Câncer de esôfago.
Mesmo um pequeno incômodo, pode tornar-se algo mais sério, por isso, após aprender um pouco sobre as causas da disfagia, vamos ver de que forma diagnosticar?
Como é feito o diagnóstico da disfagia?
Saiba que se a pessoa estiver com alguns dos sintomas primários informados anteriormente, se mantendo por dias, deve-se procurar o especialista o mais breve possível; pois com certeza ele irá realizar alguns exames, como, por exemplo:
- Teste de deglutição: que visa identificar irregularidades na musculatura da boca ou garganta;
- Endoscopia digestiva: para análise dos órgãos que compõem o aparelho digestivo como boca, esôfago e estômago;
- Raio x com contraste: para uma visualização mais precisa da anatomia do esôfago e estômago;
- Manometria: teste mais específico para verificar o funcionamento dos músculos do esôfago.
Com o diagnóstico correto em mãos, fica bem mais fácil iniciar previamente o tratamento correto e inibir maiores complicações. Então, que tal conhecer os tratamentos mais indicados?
Quais os tratamentos mais indicados para a disfagia?
Entrando agora no campo dos tratamentos, obviamente toda a terapêutica deve ir ao encontro do foco do problema, que vai depender diretamente do que ocasionou a dificuldade para engolir.
Os tratamentos mais conhecidos são:
- Exercícios para fortalecimento muscular: sendo as conhecidas terapias de reabilitação dos músculos responsáveis pelo processo de deglutição;
- Medicamentos: os medicamentos que controlam a produção de ácido podem ser indicados para auxílio no controle dos sintomas;
- Cirurgia: em casos mais graves, o caminho mais indicado pode ser a intervenção cirúrgica.
Esses são os tratamentos importantes, no entanto, prevenir tomando algumas precauções ainda é útil, veja só…
Cuidados para quem está com dificuldade para engolir
Conhecido um pouco mais sobre a dificuldade para engolir ou disfagia, suas causas e os tratamentos mais adequados, algumas dicas para se evitar esses indesejáveis sintomas são mais que bem-vindas.
E você até já sabe quais são elas, recapitulando…
- Se alimentar, evitando alimentos muito grandes, é indispensável;
- Legumes e alimentos mais rígidos devem ser bem cozidos;
- Variar as refeições optando por alimentos macios como sopas cremosas, por exemplo;
- Evitar sucos ralos, pois causam engasgos com mais facilidade;
- Por último, mastigar bem os alimentos.
Viu como é fácil, observar nossa rotina e corrigir pequenas ações? Basta seguir algumas dessas orientações.
Conclusão
Se você gostou de saber um pouco mais sobre o assunto dificuldade de engolir, a disfagia, e deseja estar sempre ciente de informações relevantes para a saúde do aparelho digestivo, fique atento ao Gastroblog.
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Te ajudamos no que você precisar, conte conosco.
Doutor em Gastroenterologia pela FM-USP.
Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo (HCFMUSP), Endoscopia Digestiva (SOBED) e Gastroenterologia (FBG).
Professor do curso de Medicina da Fundação Educacional do Município de Assis - FEMA.
Médico da clínica Gastrosaúde de Marília.