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Colectomia: Descubra o que é, quando é necessária e os cuidados?

por Guilherme Sauniti
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A colectomia é um procedimento cirúrgico crucial principalmente para tratar o câncer de cólon. Descubra quando essa intervenção é recomendada e como se preparar.

Antes de se submeter a esse procedimento cirúrgico, é essencial que o paciente esteja bem informado e compreenda todos os aspectos do procedimento. Continue a leitura e veja todos os detalhes sobre o assunto.

O que é a colectomia e como é realizada?

Trata-se de um procedimento cirúrgico que consiste na remoção total ou parcial do cólon, também conhecido como intestino grosso

Essa intervenção é indicada em diferentes condições médicas, como câncer colorretal, doença inflamatória intestinal, perfuração intestinal, obstrução, diverticulite grave e pólipos grandes.

Existem diferentes tipos de colectomia, dependendo da porção do cólon que será removida.

A colectomia total envolve a remoção completa do cólon, enquanto a parcial ou segmentar remove apenas uma parte específica do cólon. 

Além disso, pode ser realizada uma ileostomia ou colostomia, que é a criação de uma abertura na parede abdominal para a passagem das fezes, caso seja necessário desviar temporariamente o trânsito intestinal.

Este procedimento pode ser realizado por meio de cirurgia aberta ou laparoscópica. 

Na cirurgia aberta, é feita uma incisão na parede abdominal para acessar o cólon. 

Já na cirurgia laparoscópica, são realizadas pequenas incisões na parede abdominal para inserção de uma câmera e instrumentos cirúrgicos especiais. A laparoscopia é menos invasiva e permite uma recuperação mais rápida.

Durante a cirurgia, o cirurgião remove o segmento do cólon afetado pela doença ou condição médica. 

Em seguida, os extremos saudáveis do cólon são unidos novamente por meio de suturas ou grampos cirúrgicos. 

Se for necessária uma ileostomia ou colostomia temporária, o cirurgião cria uma abertura no abdômen para a saída das fezes, que serão coletadas em uma bolsa externa.

É importante lembrar que este é um procedimento cirúrgico complexo e que cada caso é único. 

Por isso, é fundamental que a decisão e a realização desse procedimento sejam discutidas entre o paciente e a equipe médica, considerando os riscos, benefícios e condições específicas de cada indivíduo.

Quando a colectomia é necessária para tratar o câncer de cólon?

A decisão de realizar uma cirurgia como essa no tratamento do câncer de cólon depende de vários fatores, incluindo o estágio do câncer, a localização do tumor e a saúde geral do paciente.

A cirurgia é geralmente considerada necessária quando o câncer de cólon está em estágios mais avançados, quando o tumor se espalhou para além do revestimento do cólon ou para os linfonodos próximos. 

Nessas situações mencionadas, a remoção cirúrgica do cólon afetado pode ser a melhor opção para interromper a progressão do câncer e prevenir metástases para outras partes do corpo.

Além disso, o procedimento em questão pode ser recomendado em casos de pólipos adenomatosos grandes ou múltiplos, que são crescimentos pré-cancerígenos no cólon. 

Se os pólipos forem grandes ou numerosos, pode ser necessário remover a porção correspondente do cólon para reduzir o risco de desenvolvimento futuro de câncer.

Quais são os riscos e complicações associados à colectomia?

Embora seja um procedimento comum, existem riscos e complicações associados a essa cirurgia, que podem variar dependendo da extensão da cirurgia e da saúde geral do paciente.

Um dos principais riscos é a possibilidade de complicações relacionadas à anestesia, como reações alérgicas, problemas respiratórios ou cardiovasculares. 

Fora isso, como em qualquer procedimento cirúrgico, há o risco de infecção no local da incisão ou infecções mais graves como, por exemplo, a pneumonia.

Outra complicação comum é o sangramento durante ou após a cirurgia. Embora seja esperado algum sangramento durante o procedimento, em alguns casos pode ocorrer hemorragia excessiva, exigindo intervenção adicional, transfusões sanguíneas ou, em casos graves, até mesmo a remoção do cólon inteiro.

A formação de coágulos sanguíneos é outra preocupação durante e após a realização da operação. 

Esses coágulos podem se desenvolver nas pernas (trombose venosa profunda) e, se migrarem para os pulmões (embolia pulmonar), podem representar um risco à vida do paciente.

Complicações intestinais também podem ocorrer após o procedimento.

Adesões, obstruções, vazamento de líquido intestinal ou fístulas são complicações potenciais que podem requerer cirurgia adicional ou intervenção médica para correção.

E também, essa cirurgia pode levar a alterações temporárias ou permanentes no padrão de evacuação intestinal. 

Alguns pacientes podem experimentar diarreia frequente ou incontinência fecal, enquanto outros podem enfrentar constipação crônica

Todas essas mudanças podem ter um impacto significativo na qualidade de vida do paciente.

Vale ressaltar que nem todos os pacientes enfrentarão essas complicações e riscos, e a maioria dos casos de colectomia são bem-sucedidos, levando à resolução dos problemas de saúde subjacentes. 

No entanto, é essencial discutir todos os riscos e complicações em potencial com o cirurgião e seguir todas as instruções pré e pós-operatórias para minimizar essas intercorrências.

Como se preparar para a cirurgia de colectomia?

Esse é um procedimento cirúrgico muito importante que requer uma preparação adequada para garantir o sucesso da intervenção e uma recuperação mais tranquila. 

Aqui estão algumas etapas importantes para se preparar para a cirurgia:

1 – Consulta médica

A primeira etapa é agendar uma consulta com o cirurgião responsável para discutir a necessidade da cirurgia e tirar todas as suas dúvidas. 

O médico irá avaliar sua condição de saúde, solicitar exames e discutir os detalhes da operação.

2- Exames pré-operatórios

Geralmente, serão solicitados exames de sangue, radiografias, tomografias ou ressonâncias magnéticas para avaliar o estado do cólon e garantir que não haja complicações adicionais.

3- Medicações

O médico pode orientar você a suspender certos medicamentos antes da cirurgia, especialmente aqueles que possam aumentar o risco de sangramento ou interferir na anestesia. 

Informe-se com antecedência sobre quais medicamentos você deve manter em suspensão e por quanto tempo.

4- Dieta

Em geral, é necessário seguir uma dieta especial alguns dias antes da cirurgia.

Isso pode incluir evitar alimentos sólidos, mas o médico ou nutricionista fornecerá as orientações específicas para você.

5- Limpeza intestinal

Dependendo do tipo de operação a ser feita, pode ser necessário realizar uma limpeza intestinal completa antes da cirurgia, envolvendo o uso de laxantes e soluções especiais para esvaziar completamente o cólon.

6- Mantenha o médico informado sobre sua saúde

É essencial informar o médico sobre quaisquer condições de saúde preexistentes, alergias a medicamentos, histórico cirúrgico anterior e outros detalhes relevantes. 

Com essa ação, você ajudará a equipe médica a planejar a cirurgia adequadamente e evitar complicações.

O que esperar durante a recuperação após a colectomia?

Após a colectomia, a recuperação gradual é esperada. 

A hospitalização inicial ocorre, seguida por controle da dor com medicamentos.

É dado início a dieta com líquidos intravenosos e progredindo para líquidos, alimentos macios e dieta normal.

Os pontos de incisão devem ser cuidados e o acompanhamento médico regular é muito necessário nesse momento.

As possíveis complicações podem incluir infecções, sangramento, vazamento de anastomose (lical onde o intestino foi unido), formação de aderências ou complicações anestésicas. 

Por isso é fundamental seguir as orientações específicas de recuperação que o médico fornecerá, com base na condição do paciente e na cirurgia realizada.

A colectomia é um procedimento sério que requer cuidados especializados para uma recuperação eficaz e um retorno saudável à qualidade de vida.

Portanto, atentar-se às instruções médicas e adotar um estilo de vida saudável são essenciais para uma recuperação bem-sucedida nesta cirurgia.

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Doutor em Gastroenterologia pela FM-USP.
Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo (HCFMUSP), Endoscopia Digestiva (SOBED) e Gastroenterologia (FBG).
Professor do curso de Medicina da Fundação Educacional do Município de Assis - FEMA.
Médico da clínica Gastrosaúde de Marília.


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