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Câncer de cólon: conheça os sinais precoces e saiba como prevenir

por Guilherme Sauniti
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O câncer de cólon é uma das formas mais comuns de câncer e pode afetar tanto homens quanto mulheres, principalmente a partir dos 50 anos. Reconhecer os sinais precoces e compreender as medidas preventivas são passos cruciais para um diagnóstico e tratamento eficazes. 

Este artigo tem como objetivo apresentar os principais sintomas do câncer de cólon, para que você possa identificá-los a tempo e buscar o tratamento adequado.

O que é câncer de cólon?

Também conhecido como câncer colorretal, é um tipo de câncer que começa no intestino grosso (cólon) ou no reto, partes finais do sistema digestivo. 

Ele é o resultado do crescimento descontrolado de células anormais na mucosa do cólon, que podem invadir ou se espalhar para outras partes do corpo.

A maioria dos cânceres de cólon começa como pólipos adenomatosos, que são crescimentos anormais e benignos na parede interna do cólon. 

Esses pólipos podem variar em tamanho e forma, desde pequenos e planos (pólipos sésseis) até grandes e em forma de cogumelo (pólipos pedunculados). 

Embora a maioria dos pólipos adenomatosos não se torne cancerosa, alguns podem se transformar em câncer ao longo do tempo se não forem removidos.

Existem diferentes tipos de câncer de cólon, sendo os adenocarcinomas os mais comuns, representando cerca de 95% dos casos. Outros tipos incluem tumores carcinoides, sarcomas e linfomas, mas são muito menos frequentes.

O desenvolvimento pode ser influenciado por vários fatores genéticos e ambientais. 

As mutações genéticas que levam à formação de pólipos e, eventualmente, ao câncer, podem ser herdadas ou adquiridas ao longo da vida. Fatores ambientais, como dieta rica em gordura e pobre em fibras, consumo excessivo de álcool, tabagismo e sedentarismo, também desempenham um papel significativo no aumento do risco.

A prevenção do câncer de cólon está intimamente ligada à detecção e remoção precoce dos pólipos adenomatosos. 

Exames de rastreamento, como a colonoscopia, são eficazes para identificar e remover esses pólipos antes que eles se transformem em câncer. 

Fatores de risco para o câncer de cólon

Diversos fatores podem aumentar o risco de desenvolvimento, incluindo:

  • Idade: o risco aumenta significativamente após os 50 anos.
  • Histórico familiar: ter familiares próximos com este tipo de câncer ou pólipos adenomatosos eleva o risco.
  • Doenças inflamatórias intestinais: condições como a colite ulcerativa e a doença de Crohn podem predispor ao câncer.
  • Dieta e estilo de vida: dietas ricas em gorduras e pobres em fibras, sedentarismo, obesidade, tabagismo e consumo excessivo de álcool são fatores de risco importantes.
  • Síndromes hereditárias: condições genéticas como a síndrome de Lynch e a polipose adenomatosa familiar aumentam consideravelmente o risco.

Sinais precoces do câncer de cólon

Identificar os sinais precoces pode salvar vidas. Os principais sintomas incluem:

  • Alterações no hábito intestinal: diarreia, constipação ou uma sensação de que o intestino não esvazia completamente.
  • Sangue nas fezes: fezes com sangue podem aparecer vermelhas ou mais escuras, indicando sangue digerido.
  • Desconforto abdominal persistente: câimbras, gases ou dores constantes.
  • Sensação de fraqueza ou fadiga: a perda de sangue crônica pode causar anemia, resultando em cansaço excessivo.
  • Perda de peso inexplicável: emagrecimento sem causa aparente pode ser um sinal de câncer.

Importância do diagnóstico precoce

Quando detectado nas fases iniciais, as taxas de sucesso do tratamento são significativamente maiores, com muitos pacientes alcançando a remissão completa. 

A importância do diagnóstico precoce reside no fato de que este câncer, em seus estágios iniciais, muitas vezes não apresenta sintomas visíveis. Portanto, exames de rastreamento regulares são cruciais para identificar a doença antes que ela progrida e se espalhe para outras partes do corpo.

Intervenções em estágios iniciais podem incluir a remoção de pólipos durante uma colonoscopia, evitando a necessidade de procedimentos cirúrgicos mais complexos e tratamentos como quimioterapia e radioterapia, comuns em estágios mais avançados da doença. 

Além disso, a detecção precoce pode reduzir significativamente os custos de tratamento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Exames de rastreamento para detecção precoce do câncer de cólon

Existem vários exames de rastreamento disponíveis que são recomendados, especialmente para indivíduos com risco aumentado ou a partir dos 50 anos:

Colonoscopia

Considerada o padrão-ouro para o rastreamento deste tipo de câncer. 

Durante o procedimento, um médico insere um colonoscópio (um tubo longo e flexível com uma câmera na ponta) através do reto para visualizar todo o cólon.

Permite a visualização direta do interior do cólon e a remoção de pólipos durante o mesmo procedimento. Se pólipos ou outras anormalidades são encontrados, eles podem ser removidos ou biopsiados imediatamente.

Geralmente recomendada a cada 10 anos para pessoas com risco médio, mas pode ser realizada com maior frequência se houver fatores de risco adicionais.

Sigmoidoscopia flexível

Similar à colonoscopia, mas este exame avalia apenas a parte inferior do cólon (sigmoide e reto). Um tubo flexível com uma câmera é inserido no reto, mas não avança até a parte superior do cólon.

Menos invasiva que a colonoscopia, com preparação e tempo de recuperação mais curtos. Pode detectar pólipos e câncer na porção final do cólon.

Recomendada a cada 5 anos, com exames anuais de sangue oculto nas fezes (PSOF) entre as sigmoidoscopias.

Teste de sangue oculto nas fezes (PSOF)

Este teste detecta pequenas quantidades de sangue nas fezes, que podem ser um sinal de pólipos ou câncer.

Não é invasivo e pode ser feito em casa. Se o resultado for positivo, uma colonoscopia é geralmente recomendada para investigar a fonte do sangue.

Teste de DNA nas fezes

Este teste detecta alterações genéticas nas células das fezes que podem indicar a presença de câncer ou pólipos pré-cancerosos.

Com maior sensibilidade para detectar câncer e lesões pré-cancerosas em comparação com o PSOF, é recomendado a cada 3 anos.

Quando e onde buscar ajuda para o câncer de cólon?

Caso você observe algum dos sinais precoces descritos ou tenha fatores de risco significativos, é crucial procurar um profissional de saúde imediatamente. 

O primeiro passo é marcar uma consulta com seu médico de família ou clínico geral.

O gastroenterologista é o profissional indicado para investigar mais a fundo, podendo realizar exames específicos, como a colonoscopia, que permite visualizar e, se necessário, remover pólipos no cólon.

Se houver suspeita ou confirmação de câncer, um oncologista será o próximo profissional a ser consultado. 

O oncologista discutirá as opções de tratamento, que podem incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia e terapias direcionadas, dependendo do estágio e da localização do câncer.

Você pode buscar ajuda em hospitais e clínicas especializadas que possuem departamentos de gastroenterologia e oncologia, oferecendo uma gama completa de serviços de diagnóstico e tratamento. 

Além disso, consultórios de gastroenterologistas e oncologistas em muitas cidades podem ser uma opção conveniente para consultas iniciais, exames de rastreamento e acompanhamento do tratamento.

Reconhecer os sinais precoces e compreender os fatores de risco do câncer de cólon são passos fundamentais para a prevenção e tratamento positivos.

Realizar exames de rastreamento, adotar um estilo de vida saudável e estar atento às mudanças no seu corpo podem fazer a diferença na detecção precoce dessa doença.

Imagem de Freepik

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Doutor em Gastroenterologia pela FM-USP.
Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo (HCFMUSP), Endoscopia Digestiva (SOBED) e Gastroenterologia (FBG).
Professor do curso de Medicina da Fundação Educacional do Município de Assis - FEMA.
Médico da clínica Gastrosaúde de Marília.


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