Essa é uma das doenças mais comuns e impactantes no cenário da saúde global. Compreender seus fatores de risco, métodos de prevenção, sintomas iniciais e avanços no tratamento é crucial para a detecção precoce e um tratamento eficaz.
Se você está em busca de informações sobre o câncer colorretal, está no lugar certo! Neste artigo, vamos abordar sete fatos importantes que você precisa saber sobre essa doença.
Um tipo de câncer muito frequente
Esse é o terceiro tipo de câncer mais diagnosticado no mundo, afetando tanto homens quanto mulheres.
Nos Estados Unidos, por exemplo, é a segunda principal causa de morte por câncer, considerando homens e mulheres em conjunto.
Este tipo de câncer se desenvolve no cólon ou no reto, partes do intestino grosso, e pode começar como pólipos adenomatosos benignos, que são lesões na parede interna do cólon e reto.
Embora nem todos os pólipos se tornem cancerosos, alguns podem evoluir para câncer se não forem detectados e removidos a tempo.
Segundo a Sociedade Americana do Câncer, aproximadamente 1 em cada 23 homens e 1 em cada 25 mulheres serão diagnosticados com esse tipo de câncer durante a vida.
No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que sejam diagnosticados cerca de 40.000 novos casos de câncer colorretal a cada ano.
Fatores de risco mais comuns
Conhecer esses fatores pode ajudar na prevenção e na detecção precoce. Os principais fatores de risco incluem:
Idade avançada;
História familiar e genética;
Doenças inflamatórias intestinais;
Dieta;
Estilo de vida;
Diabetes tipo 2.
Colonoscopia como método de prevenção
A colonoscopia é amplamente reconhecida como o método mais eficaz para a prevenção do câncer.
Este exame permite ao médico visualizar o interior do cólon e do reto utilizando um colonoscópio, um tubo longo e flexível com uma câmera na extremidade. Durante a colonoscopia, o médico pode detectar e remover pólipos antes que eles se tornem cancerosos.
Benefícios da colonoscopia
- Detecção precoce: a colonoscopia pode identificar o câncer em estágios iniciais, quando é mais tratável.
- Remoção de pólipos: a remoção de pólipos durante a colonoscopia pode prevenir o desenvolvimento de câncer.
- Orientações personalizadas: com base nos achados, o médico pode recomendar a frequência ideal para exames futuros.
Frequência recomendada
- Pessoas sem fatores de risco: recomenda-se que adultos com 50 (alguns estudos indicam a partir de 45 ) anos ou mais façam uma colonoscopia a cada 5 anos.
- Pessoas com fatores de risco: aqueles com histórico familiar ou outras condições predisponentes podem precisar começar a triagem mais cedo e realizar exames com mais frequência.
Preparação para a colonoscopia
- Dieta Líquida: nos dias que antecedem o exame, pode ser necessário seguir uma dieta líquida.
- Laxantes: para limpar completamente o cólon, é comum o uso de laxantes.
- Instruções médicas: seguir as orientações do médico é crucial para garantir a eficácia e a segurança do procedimento.
Sintomas iniciais que devem ser observados
Os sintomas iniciais podem ser sutis e facilmente confundidos com outros problemas gastrointestinais. No entanto, é fundamental estar atento a sinais e sintomas como:
Sangue nas fezes
A presença de sangue, que pode ser vermelho vivo ou muito escuro, nas fezes é um sinal de alerta.
Alterações no hábito intestinal
Diarreia, constipação ou a sensação de que o intestino não esvazia completamente podem indicar problemas.
Dor abdominal persistente
Desconforto ou dor na região abdominal que não desaparece pode ser um sintoma importante.
Perda de peso inexplicada
Emagrecimento sem motivo aparente deve ser investigado.
Fadiga constante
Sentir-se constantemente cansado pode ser um sinal de que algo está errado.
Importância da alimentação e estilo de vida
Adotar uma alimentação balanceada e um estilo de vida saudável pode reduzir significativamente o risco de desenvolver esse tipo de câncer.
Consumir uma dieta rica em fibras é essencial; isso inclui a ingestão diária de uma variedade de frutas e vegetais, bem como grãos integrais como arroz integral, aveia e pão integral. As leguminosas, como feijões, lentilhas e ervilhas, também são excelentes fontes de fibra que ajudam a manter o sistema digestivo saudável.
Além disso, é importante reduzir o consumo de carnes vermelhas e processadas. Limitar a ingestão de carne bovina, suína e cordeiro, e evitar alimentos como bacon, salsichas e embutidos.
A prática regular de exercícios físicos é igualmente necessária. Atividades como caminhadas, corridas, ciclismo ou natação devem fazer parte da rotina diária.
A atividade física não apenas contribui para a manutenção de um peso saudável, mas também ajuda a reduzir o risco de câncer colorretal e manter um peso saudável é uma das formas mais eficazes de prevenção.
A moderação no consumo de álcool e a abstinência de tabaco também são fundamentais.
Limitar o consumo de bebidas alcoólicas pode ajudar a diminuir os riscos associados ao câncer. Parar de fumar é igualmente importante, pois o tabagismo é um fator de risco significativo para muitos tipos de câncer, incluindo o colorretal.
Com essas práticas de alimentação e estilo de vida saudável, é possível criar um impacto positivo significativo na prevenção do câncer e na melhoria da saúde geral.
Avanços nos tratamentos
Nos últimos anos, houve grandes avanços no tratamento da doença, proporcionando opções mais eficazes e menos invasivas para os pacientes.
As terapias alvo, por exemplo, utilizam medicamentos que atacam especificamente as células cancerosas, minimizando os danos às células saudáveis.
Esses tratamentos têm demonstrado grande eficácia em determinados tipos de câncer, oferecendo uma abordagem mais direcionada ao tratamento.
A imunoterapia tem se destacado como uma alternativa promissora, estimulando o sistema imunológico do paciente para combater o câncer de maneira mais eficaz.
Esse tipo de tratamento pode ser adaptado às características específicas do tumor de cada paciente, permitindo uma personalização na abordagem terapêutica.
Outra inovação significativa é a cirurgia minimamente invasiva, que inclui procedimentos laparoscópicos.
Esses procedimentos são menos invasivos, resultando em menos dor e uma recuperação mais rápida para os pacientes.
A cirurgia robótica também tem ganhado destaque, oferecendo maior precisão e reduzindo as complicações pós-operatórias.
Por fim, os avanços na quimioterapia e radioterapia têm permitido tratamentos mais precisos, com menos efeitos colaterais.
A combinação de quimioterapia e radioterapia pode ser mais eficaz em certos casos, aumentando as chances de sucesso do tratamento.
Essas inovações representam um grande progresso na luta contra o câncer, proporcionando esperança e melhores resultados para os pacientes.
A Importância do diagnóstico precoce
Detectar o câncer em seus estágios iniciais é essencial para aumentar as chances de cura.
Quando diagnosticado precocemente, as taxas de sobrevivência são significativamente maiores, destacando a importância da triagem regular.
A realização de colonoscopias e outros testes de detecção precoce pode, de fato, salvar vidas. A colonoscopia é considerada o exame mais eficaz para identificar pólipos e câncer em estágio inicial, permitindo a remoção de lesões antes que se tornem cancerosas.
Outro exame importante é o Teste de Sangue Oculto nas Fezes (TSOF), que detecta a presença de sangue nas fezes, um possível indicativo desse tipo de câncer.
A sigmoidoscopia flexível é um exame semelhante à colonoscopia, mas que se concentra na avaliação da parte inferior do cólon.
Esses exames de triagem são essenciais para a detecção precoce do câncer colorretal e desempenham um papel fundamental na melhoria dos resultados de tratamento e na redução da mortalidade associada a essa doença.
O câncer colorretal é uma doença séria, mas com o conhecimento adequado e a adoção de medidas preventivas, é possível reduzir significativamente os riscos e aumentar as chances de um diagnóstico precoce e tratamento eficaz.
Esteja atento aos fatores de risco, sintomas e importância dos exames regulares, como a colonoscopia. Informar-se e tomar medidas proativas pode fazer toda a diferença na prevenção e combate a esta doença.
Doutor em Gastroenterologia pela FM-USP.
Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo (HCFMUSP), Endoscopia Digestiva (SOBED) e Gastroenterologia (FBG).
Professor do curso de Medicina da Fundação Educacional do Município de Assis - FEMA.
Médico da clínica Gastrosaúde de Marília.